Pequenos problemas, grandes preocupações
Os pequenos problemas do seu bebé são, na maioria das vezes, responsáveis por grandes aborrecimentos e preocupações. 50% dos distúrbios gastrintestinais nos bebés acontecem durante os primeiros 4-6 meses de idade.
Os papás desejam nada mais do que ter um bebé feliz, capaz de responder aos seus cuidados de amor, que se sinta bem, que cresça saudável e livre de qualquer problema, fazendo, deste modo, com que eles, pais, se sintam verdadeiramente competentes. No entanto, a vida diária com um bebé é bastante diferente deste desejo inicial.
Mais de metade dos bebés sofre de distúrbios funcionais do sistema digestivo durante os primeiros meses de vida, sendo que estes distúrbios ou transtornos não são causados por doença propriamente dita. Estes transtornos ocorrem pelo facto o intestino do bebé ainda não se encontrar suficientemente maduro, logo após o nascimento. Num estudo realizado, no qual 150 pediatras seguiram um total de 2879 lactentes, desde o nascimento até aos 6 meses, observaram-se sintomas gastrintestinais, tais como regurgitação, flatulência, obstipação, diarreia ou cólica, em 55% dos lactentes. Estes sintomas, à partida inofensivos, são frequentemente uma fonte de preocupações e ansiedade para os novos papás.
Ao observar o comportamento do intestino do seu bebé, os pais perguntam-se qual a situação “normal”. Os hábitos intestinais de um bebé são muito característicos e individuais. Não existe um número “normal” de fezes. Durante os primeiros meses, os bebés podem ter dejeções após cada refeição, enquanto outros podem mesmo chegar a não ter fezes durante uma semana. São mais o tamanho e a consistência das fezes os indicadores de que existe obstipação. Quando o bebé está obstipado, as suas fezes são mais secas e duras, podendo exigir um esforço anormal e causando até desconforto ou dor. Para os evitar, alguns bebés, de uma forma inconsciente, tentam impedir os movimentos intestinais, agravando assim a obstipação.
OBSTIPAÇÃO É COMUM NA INFÂNCIA
Em bebés exclusivamente amamentados, é raro ocorrer a obstipação funcional. Não é difícil de perceber porquê: a composição do leite materno apresenta um equilíbrio perfeito entre as proteínas e a gordura. Além disso, contém lactose, bactérias benéficas e fibras pré-bióticas, que ajudam a regularizar o trânsito intestinal. É por isso que o leite materno é o alimento ideal, muito bem digerido e absorvido pelo intestino, ainda que imaturo do bebé. No entanto, nem sempre é possível amamentar, e a transição do leite materno para o leite de fórmula infantil pode conduzir a alterações da frequência e da consistência das fezes, sendo frequentemente associadas a obstipação.
Artigo elaborado pela Medical Advisor, Nutricionista Helena Canário
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