As doenças infantis mais comuns: Quais são e como ajudar o seu bebé
- Alergias
- Cólicas e choro
- Prisão de ventre
- Desidratação
- Diarreia
- Eczemas
- Febre
- Intolerância à lactose
- Refluxo
- Dificuldades do sono
Alergias
Uma alergia significa que o sistema imunitário reage exageradamente a uma substância que normalmente não é nociva, como o pólen, ou alimentos como nozes, leite de vaca, ovos ou trigo, vendo-a como uma ameaça, produzindo anticorpos para a combater. O resultado é uma reação alérgica com sintomas como:
• Espirros, respiração ofegante e tosse
• Defluxo ou entupimento do nariz
• Olhos inflamados, com comichão e lacrimejantes
• Erupção cutânea com rubor e comichão
• Dor abdominal, vómito e diarreia
• Agravamento da asma ou eczemas
• Em casos graves, dificuldades respiratórias ou anafilaxia
Alergias são das doenças infantis mais comuns e a probabilidade de um bebé desenvolver uma alergia aumenta se existir um historial do problema na família. E, embora seja verdade que os bebés tendem a superar algumas das suas alergias infantis, muitas duram toda a vida. Estudos mostram que uma das melhores coisas que poderá fazer para prevenir que o seu bebé desenvolva alergias é amamentá-lo. Sendo assim, tente prolongar a amamentação o mais que puder, especialmente se houver um historial familiar de alergias. O leite materno também contém anticorpos que ajudam o sistema imunitário imaturo do bebé a combater as reações alérgicas e é uma boa fonte de ácidos gordos ómega-3, que ajudam no desenvolvimento do sistema imunitário e previnem o aparecimento de alergias.
Quando a amamentação em exclusivo não é possível, existem fórmulas infantis específicas, parcialmente hidrolisadas, que podem ajudar a reduzir o risco do aparecimento de alergias. A proteína nessas fórmulas hidrolisadas é ‘quebrada’, o que reduz a possibilidade de o sistema imunitário reagir à sua presença. A recomendação mais recente para a introdução de sólidos na dieta de bebés saudáveis, sem diagnóstico prévio de alergia, é dar-lhes alimentos como ovos, trigo, peixe e amendoim em pequenas quantidades, com texturas adequadas ao desenvolvimento do bebé, a partir dos seis meses de idade, mas não antes dos quatro meses. Este método pode mesmo evitar que a criança venha a ter alergias. Sirva os possíveis alérgenos um de cada vez, esperando alguns dias antes de experimentar um novo. Assim poderá identificar se um determinado alimento causa uma reação. Se o seu bebé tiver eczemas ou apresentar sinais de alergia alimentar, fale com um profissional de saúde para obter orientação.
Cólicas e choro
Cólica é um termo comum usado com os bebés pequenos – geralmente com menos de três meses – que choram muito. Não há nenhum teste clínico ou definição para o que causa a cólica em bebés, mas acredita-se que o choro esteja ligado a gases acumulados ou outras dores digestivas. Ocorre tanto em bebés alimentados com fórmula infantil como em bebés amamentados. Estudos mostraram que bebés que receberam um suplemento probiótico chamado Lactobacillus reuteri mantiveram o choro por períodos mais curtos, em comparação com bebés que não tomaram o probiótico. A boa notícia para as mães que amamentam é que o Lactobacillus reuteri existe naturalmente no leite materno.
Se o seu bebé é saudável, mas chora excessivamente durante mais de três horas por dia, em três ou mais dias por semana, é possível que esteja a sofrer de cólicas. É um problema comum no bebé e as possíveis ajudas incluem:
• Alimentar a pedido – quando o seu bebé mostra sinais de fome, parando quando mostra que está saciado
• Arrotar durante a mamada e após cada mamada, quer o bebé seja amamentado ou alimentado com biberão. Experimente diferentes posições e movimentos das mãos
• Manter o bebé na posição vertical durante 15 minutos após a mamada
• Banhos quentes e massagens relaxantes podem trazer conforto ao seu bebé
A cólica pode tornar-se uma dificuldade, mas a maioria dos bebés tende a superá-la. Se lhe parece que o seu bebé mostra sintomas adicionais (por exemplo, os que sugerem intolerância à lactose ou se lhe causam preocupação os sintomas de cólica, fale com o seu profissional de saúde.
Prisão de ventre
A prisão de ventre do bebé pode acontecer quando o seu bebé está desidratado sendo também uma doença frequente quando começa a ingerir alimentos sólidos.fórmula infantil ou sinal de uma doença subjacente, ou pode inda dever-se a um comportamento como a retenção. Lembre-se que cada bebé é diferente. Em geral, os bebés amamentados raramente ficam obstruídos, devido ao efeito laxante natural do leite materno. Os bebés alimentados com fórmula infantilgeralmente, não fazem cocó com tanta frequência como os bebés amamentados; portanto, se o bebé passar alguns dias sem sujar a fralda isso não significa que haja motivo para preocupação. Os sinais de prisão de ventre a notar incluem:
• Cocó seco ou duro
• Sujidade nas fraldas pouco frequente
• Cheiro forte na flatulência
• Perda de apetite
• Letargia e mau humor
É importante garantir que o bebé recebe uma quantidade de líquidos e que a fórmula infantil seja preparada corretamente. Se o seu bebé ficar obstruído ou der sinais de dor, fale com o seu profissional de saúde. O profissional de saúde poderá recomendar que seja servido um pouco de água fervida fria, uma fórmula infantil especial, se for apropriado, ou um laxante adequado, para aliviar a obstrução do bebé. Os prebióticos chamados FOS (Fruto-Oligossacarídeos) e GOS (Galacto-Oligossacarídeos) foram clinicamente comprovados como auxiliares na prevenção da prisão de ventre do bebé, tornando as fezes mais macias e ajudando o bebé a fazer cocó com mais frequência. É por isso que estes prebióticos são incluídos em certas fórmulas infantis para bebés e estão também disponíveis como suplementos. Poderá também obter bons resultados com uma massagem na barriga do bebé, fazendo movimentos das mãos no sentido horário, e movimentos lentos para baixo, a partir do umbigo, que são reconfortantes para o bebé.
Para ajudar a prevenir a prisão de ventre em crianças pequenas, certifique-se de que a sua criança ingere líquidos suficientes; evite também mudanças repentinas no leite (seja fórmula infantil ou leite de vaca). Certifique-se de que a dieta da sua criança inclui doses adequadas de fibra vegetal, sendo rica em fruta, legumes e cereais integrais, sem esquecer a atividade física frequente.
Desidratação
Os bebés e as crianças pequenas estão sujeitos a maior risco de desidratação do que os adultos. Se a sua criança está desidratada, isso significa que o seu corpo perdeu mais líquidos do que ingeriu. Diarreia, vómitos, aumento da atividade física e clima quente podem causar desidratação, sendo que a prisão de ventre pode ser uma consequência desse estado. Menos fraldas molhadas e xixi escuro e com cheiro forte são sinais de que o seu bebé está desidratado; mantenha a ingestão de líquidos do bebé no nível ideal. Os bebés amamentados em exclusivo não precisam de água suplementar enquanto não começarem a ingerir alimentos sólidos. Os bebés alimentados com fórmula infantil podem precisar de um pouco mais de água, se o tempo estiver quente – esta deverá ser água potável fervida e arrefecida, se os bebés tiverem menos de seis meses de idade, ou água potável normal se forem mais crescidos.
Procure sempre ajuda médica, se tiver preocupações ou precisar de mais aconselhamento e, especialmente, se notar sinais como poucas lágrimas ao chorar, uma pequena concavidade macia na cabeça de bebés ou crianças pequenas, olhos encovados, mãos e pés frios e descorados, pele enrugada, ou se a criança fizer apenas uma ou duas fraldas molhadas por dia.
Diarreia
A diarreia do bebé pode ser causada por viroses gástricas, bactérias, parasitas, condições como a doença celíaca, alergias e intolerância a certos alimentos. A diarreia também pode acontecer se o seu bebé ou criança pequena tiver tomado antibióticos, que mataram as bactérias úteis juntamente com as nocivas, criando um desequilíbrio no intestino. Em bebés mais crescidos, uma causa adicional não-infecciosa pode ser a comida a movimentar-se muito rapidamente pelo intestino, situação conhecida como 'diarreia infantil'.
Os sinais de diarreia incluem:
• Cocó extremamente líquido e aguado
• Fraldas sujas frequentes
• Febre
• Perda de apetite
A lavagem frequente das mãos, bons cuidados de higiene para si e o seu bebé, e a manipulação segura das fraldas sujas poderão ajudar a impedir a propagação da diarreia. Dê bastante líquido ao seu bebé, se ele estiver com diarreia (link para https://www.nestlebebe.pt/bebe-com-diarreia). E, no caso das crianças maiores, evite dar bebidas açucaradas ou que contenham adoçantes artificiais. Se lhe parecer que a diarreia do seu bebé poderá ser causada por intolerância à lactose ou uma alergia ao leite, fale com o seu profissional de saúde.
A diarreia pode causar assaduras; nesse caso, mude o seu bebé imediatamente – um pano húmido quente ou uma bola de algodão é mais suave do que toalhitas – e dê à pele alguns minutos para respirar antes de colocar uma nova fralda. Se estiver a alimentar o seu bebé com fórmula infantil, considere uma fórmula especial que contenha o probiótico Lactobacillus reuteri. O bacilo também pode ser ministrado em gotas. Se a preocupação se mantiver, ou se detectar sangue ou muco na fralda, fale com o seu profissional de saúde imediatamente.
Eczemas
O eczema – uma condição que deixa a pele sujeita a comichão, avermelhada, seca e gretada – é uma doença infantil que surge com frequência no primeiro ano de vida do bebé, e pode ser causada por alergias. Estudos mostram que os bebés que são amamentados exclusivamente nos primeiros meses têm menos probabilidade de desenvolver eczemas, em comparação com bebés que são alimentados com fórmula infantil que contenha proteína intacta do leite de vaca. A fórmula parcial ou extensamente hidrolisada, na qual a proteína do leite de vaca foi ‘quebrada’ para reduzir a possibilidade de o sistema imunitário reagir à sua presença, pode ser uma boa ajuda para os bebés alimentados com fórmula infantil que tenham eczemas – eczema é um sintoma comum de alergia ao leite de vaca.
Fale com o seu profissional de saúde se lhe parecer que o seu bebé tem eczemas. O seu profissional de saúde irá aconselhar a respeito de tratamentos que possam trazer alívio, e sobre quais os estímulos alergénicos a serem evitados.
Febre
A temperatura normal do bebé varia com a idade, a atividade e a hora do dia. Normalmente, a seguinte leitura é considerada normal:
• Leitura oral de 37.2 graus Celsius ou menos
Qualquer valor mais alto significa que o seu filho está com febre. A febre em si não é uma doença – é um sinal de que o seu bebé está a tentar combater uma infeção. Esta pode ser causada por um vírus, como no caso de uma constipação ou gripe, ou por bactérias. A febre também pode acompanhar a prisão de ventre e a diarreia. Amamentar o seu bebé é a melhor maneira de protegê-lo e ajudar a reduzir as possibilidades de ele contrair uma infeção que pode levar à febre. Se o bebé desenvolver uma temperatura mais alta do que a normal, siga os conselhos do seu profissional de saúde sobre como reduzir a febre do bebé.
Intolerância à lactose
Ao contrário de uma alergia, uma intolerância alimentar é uma reação que não envolve o sistema imunitário. Quando o intestino de um bebé tem níveis mais baixos de 'lactase' – a enzima que digere o açúcar natural (lactose) que se encontra no leite e nos produtos lácteos – o bebé poderá ter intolerância à lactose. E embora a verdadeira intolerância à lactose em bebés seja rara, esta condição pode manifestar-se temporariamente após uma infeção intestinal, e pode também manifestar-se nos bebés que nasceram prematuros.
Os sintomas poderão incluir flatulência, diarreia, inchaço, agitação durante a refeição e muito choro. Estes sintomas são semelhantes aos de outros problemas da alimentação do bebé, portanto fale com o seu profissional de saúde, se estiver preocupada. O seu profissional de saúde poderá sugerir a administração da enzima lactase em gotas, que podem ser adicionadas ao leite materno ou à fórmula infantil, ou aconselhar uma fórmula infantil sem lactose, no caso de o bebé estar a ser alimentado com fórmula infantil.
Refluxo
O Refluxo é uma das doenças infantis mais comuns. A maioria dos bebés bolsa algum leite após a mamada, especialmente nas primeiras semanas e meses. Trata-se do refluxo infantil, que acontece porque o esófago do bebé ainda não está totalmente formado, dificultando a retenção do leite. É perfeitamente normal e geralmente resolve-se ao fim de alguns meses.
As soluções que podem ajudar a prevenir o refluxo em bebés incluem oferecer mamadas mais curtas com mais frequência, deixar arrotar no meio e no final das mamadas e manter o bebé em posição ereta após as mamadas. Certifique-se também de que não há nenhuma pressão sobre a barriga do bebé após a alimentação: portanto, evite amarrar de imediato o bebé à sua cadeira de segurança para automóvel ou à espreguiçadeira. Um probiótico específico, Lactobacillus reuteri, foi comprovado como solução em caso de regurgitação dos bebés. Peça o aconselhamento do seu profissional de saúde sobre este ou qualquer outro problema de refluxo. Algumas mudanças simples na forma como alimenta o seu bebé – na sua própria dieta pessoal, se estiver a amamentar, ou, caso esteja a dar fórmula infantil, mudando, por exemplo, a fórmula infantil para uma variedade enriquecida com amido – poderão ajudar.
Dificuldades do sono
Durante os primeiros meses, o seu bebé irá acordar frequentemente durante a noite para mamar – a sua barriga é muito pequena nesta fase, e não consegue reter muito leite. Ao fim de alguns meses, a mãe poderá tentar iniciar uma rotina de sono. Estudos científicos mostraram que bebés com uma rotina estável à hora de deitar e um horário de sono consistente têm maior probabilidade de aprender bons hábitos de sono que permanecem por toda a infância. A rotina pode incluir tomar banho, lavar os dentes ou ouvir uma história – depende de si; certifique-se apenas de que cumpre a mesma rotina todas as noites. Deitar o seu bebé quando ele estiver com sono, mas ainda acordado, também o ajudará a habituar-se a adormecer sozinho.
Se o seu bebé acordar várias vezes durante a noite passados os primeiros meses, isso poderá dever-se a vários motivos além da fome. Em vez de alimentá-lo imediatamente, veja se o bebé precisa de mudar a fralda, se precisa de arrotar, se parece estar com algum desconforto, como cólicas, ou se está com muito calor ou frio. Se a resposta a todas estas perguntas for negativa, e se tiver a certeza de que o bebé não está com fome, o bebé poderá gradualmente aprender a acalmar para voltar a adormecer. Isto ajudará a reduzir o número de vezes que o bebé irá acordar no futuro.