Infeção respiratória em Bebés e Crianças 

Infeção respiratória em Bebés e Crianças 

Artigo
Fev 13, 2025
5minutos

Conheça os conselhos que o Prof. Dr. Manuel Ferreira de Magalhães dá aos pais para que possam evitar estas doenças, sobretudo nos meses frios. 

As infeções respiratórias são as doenças mais frequentes em bebés e crianças e aparecem, sobretudo, entre Outubro e Março. Existem diferentes infeções, de acordo com o local da via aérea que fica infetado (de cima para baixo): nasofaringite, sinusite, amigdalite, otite média aguda, laringite, laringotraqueobronquite, bronquite, bronquiolite ou pneumonia. 

Quanto mais novos são os bebés, maior a probabilidade de terem uma infeção respiratória mais grave.

Estas infeções são, na sua maioria, causadas por vírus que o corpo tem a capacidade de combater e eliminar. No entanto, por vezes, as bactérias podem ser responsáveis por estas infeções, sendo necessário tratar com antibióticos.

O aumento do número de infeções respiratórias durante os meses frios deve-se, principalmente, a 3 fatores:

  1.  Os vírus têm uma maior sobrevivência (em gotículas microscópicas em suspensão no ar ou nas superfícies) quando as temperaturas são mais baixas;
     
  2. As pessoas convivem de forma mais próxima, em espaços fechados, aumentando a probabilidade de contágio (de pessoa para pessoa);
     
  3. As pessoas passam pouco tempo ao ar livre, com exposição solar e inalação de ar fresco reduzidas, alterando a função imune da via aérea. 


Como proteger os seus filhos de uma infeção respiratória?

Existem 5 GRANDES DOMÍNIOS de recomendações, todas elas cientificamente validadas, que fazem diminuir o número de gravidade das infeções respiratórias nos meses frios:

  1. Estilo de Vida (sono e descanso, alimentação, atividade física, ar livre)
     
  2. Ambiente em que vive (qualidade do ar, poluição, fumo)
     
  3. Imunizações e Vacinas
     
  4. Medidas de etiqueta respiratória
     
  5. Suplementos e Medicações 


1. ESTILO DE VIDA

Por mais simples que pareça, ter um estilo de vida tranquilo, com uma alimentação diversificada, períodos de descanso e sono adequados e uma vida fisicamente ativa mais próxima da Natureza, parecem ser dos fatores mais determinantes para uma boa capacidade de resposta do organismo para combater as infeções respiratórias.

Quando os bebés nascem, devem passar o primeiro mês em casa e as visitas devem ser altamente restritas à rede de apoio escolhida pela mãe e/ou pelo pai do bebé. De igual forma, pessoas constipadas ou com febre não devem aproximar-se dos recém-nascidos. Após o 1º mês de vida, estes bebés já podem dar uma volta ao ar livre diariamente, sem frequentar espaços fechados (p.e., cafés, restaurantes ou shoppings).

Estes são os fatores que mais contribuem para a saúde respiratória:

  • Sono e descanso - Um sono tranquilo e rotinas de descanso saudáveis ajudam a reduzir biomarcadores de stress e melhoram a resposta imune.
  • Alimentação - Uma alimentação correta, variada e equilibrada tem efeitos positivos no funcionamento do sistema imune.
  • Amamentação – a amamentação protege contra as infeções respiratórias.
  • Atividade física – 60 minutos de atividade física moderada-intensa melhora a performance do sistema imunitário e reduz infeções respiratórias.
  • Ar livre – a exposição regular ao ar livre e fresco, independentemente da temperatura exterior, melhora a função da mucosa da via aérea. 

2. AMBIENTE EM QUE SE VIVE

Durante o Inverno, as famílias passam demasiado tempo em espaços interiores. No entanto, os estudos indicam que os espaços interiores têm 2 a 5 vezes mais poluentes orgânicos do que os espaços exteriores. Esta poluição dos espaços interiores contribui para uma inflamação acrescida da via aérea, aumentando o risco de infeções respiratórias.

Para melhorar o ar interior de casa/escritório/sala de aula devemos:

  • Arejar o espaço diariamente
  • Manter a temperatura entre os 19-21ºC
  • Manter uma humidade relativa entre os 40-60%
  • Reduzir alergénios como o pó e fungos
  • Eliminar fontes de fumo (qualquer tipo de tabaco ou vaping, lareiras, fornos a lenha) – a exposição ao fumo de tabaco dos pais aumenta entre 20-60% as infeções respiratórias dos seus filhos. 

3. IMUNIZAÇÕES E VACINAS

A vacinação é a 2ª medida de saúde pública que mais vidas salvou em todo o Mundo. Existem diversas vacinas no Programa Nacional de Vacina que protegem contra infeções respiratórias bacterianas graves no Programa Nacional de Vacinação e, atualmente, a Direção-Geral da Saúde está a promover uma campanha de imunização para proteger todos os bebés que nasçam este Inverno para que fiquem protegidos contra o vírus sincicial respiratório (responsável por >50% das bronquiolites em bebés).  

4. MEDIDAS DE ETIQUETA RESPIRATÓRIA

As medidas de higiene respiratória são essenciais para impedir o contágio de pessoas infetadas para crianças. Devem estar atentos a:

  • Lavagem das mãos regular;
  • Em caso de espirro, bloquear com o braço e não com a mão, lavando de seguida;
  • Os adultos devem usar máscara se tiverem com sintomas respiratórios;
  • As crianças e adultos com febre e sintomas respiratórios significativos devem ficar em casa. 

5. SUPLEMENTOS E MEDICAÇÃO

Nos últimos anos foram publicados diversos estudos, acompanhados de posterior recomendação da Organização Mundial da Saúde, para que se possa ponderar a suplementação com Vitamina D às crianças com mais de 1 ano durante os meses de Inverno (os bebés até aos 12 meses devem fazer Vitamina D diariamente, durante todo o ano!).

Por outro lado, as crianças que têm um diagnóstico de rinite crónica ou asma devem fazer o tratamento de controlo diariamente. Em caso de mau controlo destas doenças crónicas, a probabilidade de ter infeções respiratórias mais graves aumenta significativamente. 

Quais os sinais de alerta de infeção respiratória nos primeiros seis meses de vida do bebé? 

Existem alguns sinais que devem motivar os pais a dirigirem-se a uma consulta não programada ou atendimento urgente:

  • Idade < 3 meses
  • Bebés prematuros
  • Pausas a respirar
  • Bebé difícil de acordar, apático ou cansado
  • Dificuldade a respirar muito intensa (respirar muito rápido, costelas demasiado marcadas)
  • Bebé a conseguir comer apenas metade 

manuel
Prof. Dr. Manuel Ferreira de Magalhães

Médico pediatra da ULS Santo António

Professor Universitário no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Autor do instagram @opediatrapt 

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